27 julho 2016

UMA HOMENAGEM QUE FALTAVA...

Pois é. Uma homenagem que faltava. Depois de algumas homenagens já prestadas no nosso blog, faltava a homenagem ás enfermeiras para-quedistas. Tudo isto despoletou, depois de á quinze dias atras ter tido a sorte de falar com uma delas. A Tenente Aura Emília Rico Teles com quem tive uma longa conversa sobre a sua missão e das suas companheiras.
Entre o princípio da Guerra Colonial, foram formadas 47 enfermeiras pára-quedistas. Elas estiveram em missões de socorro aos feridos em combate nas principais frentes de guerra: Angola, Moçambique e Guiné. Foi muito complicado estas mulheres entrarem nas Forças Armadas. Porquê? Porque Salazar não queria autorizar mulheres entre os homens. Segundo ele, elas iam destabilizar os soldados! Mas mesmo assim foram formadas 6 para-quedistas que ficaram conhecidas pelas "Seis Marias". Foram elas: Maria Arminda, Maria P. André, Maria da Nazaré, Maria do Céu, Maria Ivone e Maria de Lurdes. A partir daqui, então formaram-se as outras: Maria Celeste, Maria Amélia, Eugénia do I. Santo, Ercília da Conceição, Maria do Céu Fernandes,Maria Bernardo, Maria Manuela, Maria Amélia, Silvina Pacheco, Júlia de Jesus, Maria Emília, Maria Rosa, Maria Augusta, Maria de Céu Serra, Maria de Lurdes, Maria de La Salette, Maria Aurelina, Maria Cristina, Mariana Palma, Dulce Francisco, Aura Emília, Ana Maria, Maria Gracinda, Maria Clara, Arminda da Conceição, Antonieta Augusta, Delfina da Natividade, Maria Rosa, Glória Rosa, Ana Gertrudes, Maria de L. Ferreira, Maria Piedade, Octávia Nunes, Maria Soledade, Maria Natércia, Giselda de Sousa, Maria L. Vieira e Maria Natália, Francisca Neves e Maria de L. Pereira. Deixei para o fim, Maria Celeste Ferreira da Costa. Perdeu a vida na Guiné segundo sei, no dia 10 de Fevereiro de 1973, colhida pela hélice de um avião quando ia para uma missão.
São estas as valorosas mulheres, que enfrentavam o perigo nas matas, muitas vezes debaixo de fogo e com aterragens de alto risco. Eram elas que muitas vezes, em situações extremas, faziam o primeiro tratamento ao ferido. Tratamento esse, que tantas vidas salvaram. Não fazem ideia como os Hlouetts III pousavam naquelas matas. Se hoje olharmos para trás, a pergunta que fica no ar é: como foi possível? Só com a bravura dos nossos pilotos. E elas, sem medo, ali estavam descendo do Héli, prontas para prestar os primeiros socorros desprezando elas também a própria vida.
Para elas, um bem-aja de agradecimento por tudo quanto fizeram. No nosso seio, nunca serão esquecidas. Ficarão na História do nosso País. Para as que estão ainda connosco, o desejo de muitos anos de vida. Para aquelas que já partiram, a nossa eterna saudade. Que estejam em Paz.
Julgo que todos aqueles que partilharam a guerra, estarão de acordo.


        

Com um grande abraço, me despeço por hoje de todos, desejando para aqueles que estão de férias uma boa continuação. Para aqueles que ainda estão para ir: umas boas férias.

SANTA




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