25 maio 2016

Como se distraem nos dias de hoje aqueles contra quem lutamos em Moçambique - Parte 2

E a saga continua, tanto lá como cá! Se cheirarmos bem o odor é o mesmo, não há diferença de monta, antes pelo contrário!
É caso para dizer que desde 1498 deixámos bem registado o nosso ADN naquelas paragens tão longinquas.
Transcrevendo :



Sobre dormir pobre e acordar com dívidas dos gatunos

Escrito por Sérgio Vieira Terça, 17 Maio 2016 19:52

CARTA A MUITOS AMIGOS

Viva o Primeiro de Maio, Viva o Dia Internacional dos Trabalhadores
Viva a memória das lutas dos operários e trabalhadores em geral, Honra e Glória aos que se sacrificaram pela libertação dos humilhados e explorados.
Nestes dias contaram-me duas anedotas bem tristes:
1.      Diz um trabalhador, dormi pobre e acordei para pagar as dívidas daqueles que bem pilharam as caixas das empresas e os cofres do Estado.
2.      Uma criança pergunta ao pai: Para onde vão os corruptos, para o inferno?
Responde o pai: não meu filho, eles vão para os paraísos fiscais.

Vivemos dias de angústia, daqueles que apenas recebiam o salário mínimo até aos que já ascendiam às camadas médias da sociedade, compravam um apartamento, uma viatura em 2ª mão, os filhos iam à escola com a sua farda, compravam livros (porque os que vão para as escolas oficiais se vendem na rua), pagavam as propinas a tempo e horas, tomavam a sua cervejita e iam ao cabeleireiro.
Com a inflação que faz disparar todos os preços, as taxas de juros brutais da banca, as pessoas vivem verdadeiros pesadelos de manhã até à noite.
Alguns factores geraram esta situação:
1.      A pilhagem das empresas públicas, instituições públicas e dos cofres do Estado pelos variados dirigentes e gestores;
2.      O extremo despesismo com os dirigentes do Estado, instituições do Estado, gestores de empresas públicas e instituições públicas;
3.      A baixíssima produtividade do nosso trabalho, faltas, feriados, férias, pontes… Ainda em Abril em nome de uma pseudo greve via facebook e da ponte a dois de Maio ficamos sem trabalhar quatro dias consecutivos. Quantos milhões de contos custaram à economia nacional? Que luxos a que não se dão os países desenvolvidos! Pois há mesmo que fazer  contas, quantos dias trabalhamos por ano, quantos nada fazemos e notrabalho o que produzimos.
 4.     Os danos causados pelos terroristas nacionais, meros criados de interesses alheios à Pátria.
5.      As concessões extremamente onerosas para Moçambique às transnacionais que querem explorar os nossos recursos naturais e fartam-se de darem, ilegalmente e por baixo da mesa, comissões a A e B, a dirigentes e a Sub dirigentes.

6.      O não pagamento de impostos devidos ao Estado, quer pelas pessoas singulares, quer pelas pessoas colectivas.
7.      A crise financeira mundial.

A Procuradoria abriu já vários processos.
Esperemos que não fiquem a aguardar pelas calendas gregas para os tribunais julgarem.  Estamos perante verdadeiros crimes de lesa a pátria, atentados contra a segurança do Estado, terrorismo económico.
O Chefe do Estado, o Primeiro-Ministro, o Ministro das Finanças e o Governador do Banco de Moçambique, o país todos a humilharem-se publicamente! Ah não!
Obviamente que os gatunos que nos pilharam depositaram os seus roubos bem longe, nos ditos paraísos fiscais, fizeram algumas aplicações em empresas e no imobiliário cá na terra, mas o grosso está bem fora do país. Nada fácil apurar.
A pressão do FMI, do Banco Mundial e da União Europeia certamente que ajudará a desvendar os mistérios, se necessário com o apoio da INTERPOL
.
Se há vontade real há que buscar as pistas que nos levem à verdade e Justiça para o país e toda a gente honrada desta pátria que tanto nos custou a libertar e defender.

Dois imperativos:
1.      Devolverem o pilhado;
2.      Apanharem penas pesadas, chefes, subchefes, cúmplices, sem qualquer liberdade condicional, direito a saídas e celas de luxo.
De acordo com o lido na comunicação social a procuradoria em Milão solicita a presença de uma antiga alta entidade nacional, cujas comunicações telefónicas com um gatuno italiano se viram interceptadas e gravadas.
Porque não pedir ajuda à Procuradoria de Milão? Eles poderiam fornecer dados para os nossos inquéritos.
Igualmente a comunicação social também afirmou que um libanês foragido à justiça francesa esteve intermediando a negociata dos barcos de atum.
Não se pode solicitar à procuradoria francesa informação?
Talvez mesmo do Brasil nos cheguem informações.
Tudo isto os moçambicanos leram, viram e ouviram nos jornais cá da terra, nas nossas TV e rádios.
Certamente que a todos surpreendeu que empresas fantasmas andassem a adquirir para o Estado aviões, helicópteros, barcos patrulha, armas e munições.
Desde quando um Estado que se respeita compra este tipo de artigos de segurança nacional por portas travessas? Não se trata de informar X ou Y, mas de inscrever no Orçamento as dotações necessárias no total. Nada de desculpas e encobrimentos de maus pagadores.
Antes da libertação nacional recebíamos esses meios de países amigos, a URSS, a China, a Bulgária, a RDA, a Hungria etc.
Depois da independência nós recebemos meios muito importantes, desde os caças, aviões de transporte, mísseis, canhões, lança foguetes,  helicópteros, navios de patrulha, tanques de guerra, viaturas blindadas de todo os tipos, camiões sempre em acordos entre Estados e jamais via empresas ou bancos.
A Índia também se juntou àqueles que nos forneciam armamentos, depois do desaparecimento das excelentes relações com a Bulgária, Hungria, a extinção da RDA e da URSS, mas a nova Rússia apoia-nos e a China continua a fazê-lo.
Há pois perguntas por responder e sem proteger A ou B, porque apaniguados e parceiros ainda o apoiam, embora como ratos num navio que se afunda o vão abandonando.
Queremos JUSTIÇA e CÉLERE, nada de apaziguamentos, manobras dilatórias e enterros sine die dos processos. Respostas já e para isso o meu abraço.

Sérgio Vieira
( Coronel na Reserva, Ex Governador do Niassa ao tempo dos Campos de Reabilitação, ex Ministro do Interior ao tempo designado por Ministro da Segurança , Deputado e Membro do CC da FRELIMO ...)

Fim de citação

 A. L. Castro                          (na sequência deste post...)



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