18 fevereiro 2010

CONVITE... e aventura !

(Por: F.Santa)

Aproxima-se o mês de Maio, em que a Primavera nos presenteia com o aroma delicioso do “Pólen” que emana das flores. Numa dança infernal as abelhas recolhem-no e transportam-no para as colmeias de onde sai o mel delicioso. Serve esta introdução, para lembrar a todos que o mês de Maio vai também trazer-nos um dia em que nós vamos estar todos juntos, (temos de estar!) para mais uma vez podermos reviver o nosso passado, contando as nossas aventuras de guerra. É um dia para ver todos aqueles que fizeram parte de uma família, que embora sem laços de parentesco  era uma família. Deixo aqui um apelo aos nossos camaradas. Venham, não se deixem vencer pelas dificuldades da vida, tragam a vossa família. Lembrem-se, que hoje a nossa vida é cronometrada ao milésimo de segundo, pois de um momento para o outro, a “Máquina” para. Ainda falta algum tempo para o dia 1 de Maio, por isso têm todos tempo para preparar a viagem até Coimbra , que o longe, quando a gente tem vontade e quer, faz-se perto.
 
   Camaradas.  Acima falei em aventuras. Aqui vai mais uma. Quando cheguei ao Hospital Militar de Lisboa (Galinheiros de Campolide - assim era conhecido), é  que tive a noção do que eram os feridos de guerra, e estar lá dentro no meio daquele ambiente não era nada agradável. Não podia sair dadas as minhas condições físicas, mas, depois de estar alguns meses internado, tive direito a dispensas de fim-de-semana, só que havia uma dispensa para o Sábado e outra para Domingo, ora se eu quisesse vir a casa não podia. Então tinha que se arranjar uma maneira de contornar a situação. E foi assim: Metia-se só a dispensa de Domingo, como não se podia sair do hospital sem mostrar a dispensa ao porteiro, como é que se fazia? Esperávamos pelos “Táxis” das visitas e de combinação com o motorista entrávamos para o “porta-bagagens” e só saíamos nos Restauradores. Os condutores já sabiam como era e tinham todo o prazer em nos ajudar.
No Domingo de manhã, o Sargento de Dia ia levar a dispensa referente a este dia, se eu não estivesse punha-a em cima da cama. Aqui entrava em acção um colega meu, que agarrava na dispensa e levava-a a um café que havia em frente ao portão do hospital. Mais uma aventura. A dispensa tinha que ter a rubrica do porteiro que estava de serviço nesse dia, sendo assim, o meu colega deixava no café um papel com a rubrica do dito porteiro e eu com papel vegetal transpunha-a para a dispensa. Como vêm era fácil. Só que no dia seguinte era um dia de angústia, pois era o dia em que as dispensas eram fiscalizadas e tudo podia acontecer, mas tudo correu bem até um dia. Tinha eu ido de fim-de-semana, entrei normalmente sem problemas, só que na segunda-feira de manhã veio o oficial de dia notificar-me para ir ao gabinete do director do hospital. Claro, o Santa ficou nem sei! È desta que fui apanhado. Entrar no gabinete foi complicado pois as pernas tinham pouca vontade de andar. Lá entrei. Surpresa das surpresas. O comandante queria informar-me que as minhas malas tinham chegado aos Adidos e era preciso ir levantá-las. Ufa! Que alívio. Tinha sido sétima vez sem sobressaltos, e por ironia do destino a última pois passado pouco tempo fui presente à junta militar.


Termino com um grande abraço:
SANTA
                                            

1 comentário:

  1. Convite e Aventura
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    Amigo Santa, antes de mais um grande abraço. Aceita desde já a minha inscrição para o almoço de Coimbra.
    Sobre esta curiosa história dos "desenfianços" do chamado "Galinheiro de Campolide, só me resta dizer: Era por essas e por outras que o pessoal preferia ir até África dar e levar uns tiros!!

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