29 agosto 2009

A MASCOTE

(Por Ant. Paulo)
 
      Perdoem-me, mas esta amnésia é tolerável. Já lá vão 41 anos e isto pesa muito na minha tola.
      Como se chamava a mascote?!... Macaco ou macaca?!.... Parece-me que  era um macaco e que se chamava “CHICO”. Será?.... Vou trata-lo por tal.
      Este chico era o animal que  mais se  destacava no nosso “jardim zoológico” pessoal e particular, que sempre  acompanhava a CCAV. nas suas deslocações e que tinha um estatuto próprio de independência no aquartelamento de Lione, e não só. Era pertença do soldado Oliveira, mais conhecido por “cobra d’água”.
      Devem estar ainda lembrados, os nossos camaradas “ex-”, alferes e furriéis, o local  onde se tomava o pequeno almoço em Lione.
      Claro, numa mesa colocada no alpendre, à saída do dormitório dos furriéis, onde diariamente nos punham o pão acabado de fazer (quando se cozia), acompanhado de uma grande lata de margarina, e...mais qualquer “coisa”.
      Pois este “chico” era o primeiro a chegar à mesa. Quando nós chegávamos já o patife tinha  enfiado as mãos (patas dianteiras) na lata da margarina, chupado os dedos e trincado o pão que nos era destinado. Afinal o pequeno almoço até sabia bem, ou não?!... E as latas de fruta em calda. Ainda se lembram delas?... Parece que custavam 9$00 cada  e vinham da África do Sul. Pois este macaco também gostava muito desta fruta, tendo-se aproveitado várias vezes quando as  apanhava abertas em cima da mesa. Tinham uma calda espantosa.
      Para  ver e recordar o macaco em acção, destaco estas duas fotos onde:
      -Numa o animal, vertical, bebe como qualquer mortal (Chala), e

e na outra temos como pano de fundo o abrigo onde eram guardados os combustíveis  para as viaturas (Luatize) e que servia de dormitório ao chico.


Um abraço do Paulo 

27 agosto 2009

Era uma vez...

Pelo F. Santa


MAIS UM POUCO DE HISTÓRIA
        
  Para quem não sabe, comecei a minha guerra nos anexos da E. Prática de Cavalaria em Santarém. Foi aqui que eu levei a “ injecção de cavalo” em duas doses, o que me deu uma spidagem danada. A recruta até nem me correu nada mal, pois eu antes de assentar praça tinha andado na Milícia no Regimento 12 em Coimbra enquanto estudava. Aqui aprendi ordem unida o que me facilitou e muito a recruta. Tive um pequeno susto quando rebentou dentro do paiol uma granada defensiva o que felizmente não causou nada de grave.
Passado a recruta, deram-me a especialidade de “Atirador”e dei entrada mais ao lado na Verdadeira E. P. de Cavalaria. Aqui até os “ilhoses” das botas tinham que andar a brilhar, já para não falar na aplicação militar que era dada pelo então Tenente Pereira Coutinho. Desde a pista de obstáculos até ao famoso “osso de vaca”escondido no estrume que tinha-mos de morder, tudo era possível para nos maltratar. Foi aqui que conheci o Salgueiro Maia e o J. Manuel Casqueiro (Aspirantes) tendo feito uma prova de patrulhas com eles desde a Serra dos Candeeiros até Santarém tendo ganho a mesma, tendo ainda ganho o único louvor (por escrito) por ser o melhor a fazer a cama. Depois no final, veio a “Patrulha da Morte” onde tinha-mos de assinar um documento em que nos perguntavam entre outras perguntas, em caso de morte quem haveriam de avisar! Sem roupa interior, só com o camuflado vestido, o cinto era um cordel e nos pés sapatilhas sem meias, lá fomos de noite para uma vala onde tudo nos aconteceu.
Terminada a especialidade como atirador de Cav.,fui enviado para os Rangers  em Lamego onde estive algum tempo. De lá saí para dar recruta em Castelo Branco e onde também fiz provas de tiro tendo ficado em 2º lugar. Foi aqui que nas vésperas de Natal saiu a minha mobilização. Tendo acabado a recruta aqui, segui para Estremoz para dar nova recruta mas desta vez vejam só, dar recruta “de Panhares” eu atirador de Cav.!!  Enquanto todos iam para os “passarinhos fritos na manteiga”eu ficava na caserna a estudar a mecânica e as comunicações para dar as aulas e depois ainda ir para o meio dos chaparros fazer a guerra, tendo sido o meu comandante o famoso Tenente Tamágnine.
Terminada esta epopeia, daqui parti para Cav.7 onde vos encontrei a todos para partilhar a aventura que nos estava reservada em terras de Moçambique.

    Aproveito para perguntar: Onde está o resto da malta? Será que ninguém mais é capaz de participar? Mal ou bem participem, não se importem de escrever mal, eu também não escrevo muito bem, o que importa é escrever as coisas com palavras soltas e simples de maneira que a gente perceba. Vamos lá. 
  Paulo. Fico á  tua espera.

17 agosto 2009

DESCUBRA AS SETE DIFERENÇAS

(Enviado por Ant. Paulo)



CONCORRA AO PASSATEMPO E GANHE PRÉMIOS!!!
Os “desenhos” acima parecem iguais, mas têm sete pequenos pormenores que os que os diferenciam.
Concorra e habilite-se a ganhar uma cerveja BAZUCA geladinha, ou seja,
-UMA LAURENTINA, com um pires de moelas em caril, de Vila Cabral
ou
-UMA 2M, com um pires de camarão, de António Enes.

Envie um aerograma com uma quinhenta (valor já acrescido do Iva à taxa legal) para a sede do signatário, com os resultados encontrados e aguarde o sorteio.
Quantos mais aerogramas enviar mais possibilidades tem de ganhar.
SORTEIO AUTORIZADO POR SUA EXCELÊNCIA O GOVERNADOR CIVIL LOCAL.
Um abraço e boa sorte
Paulo
topaulo1945@gmail.com

Vá lá uma ajudinha. ......Chala e Vila Cabral..... E mais não digo.


Nota do "editor" : Em caso de ruptura de stock das bazucas, poderão ter de ser atribuídas estas latinhas (também conhecidas por "granadas de mão"):






14 agosto 2009

As aventuras (e desventuras) do meu regresso...


(Pelo F. Santa)

Olá camaradas. Aqui estou eu de volta.

Já regressei de férias. Este ano fui até aos Picos da Europa. Foi espectacular. Realmente são paisagens lindíssimas. Recomendo.

Já contei a todos o que me aconteceu e me levou ao hospital mas, agora vou contar um pouco da odisseia que passei em toda a cena, pois tudo é pertença da guerra.

Embarquei em Vila Cabral num “NORÀTLAS,” nem sei se é assim que se escreve. No seu interior iam no chão as macas com feridos graves, nos bancos de lado iam os feridos com menos gravidade. Logo aos quarenta e cinco minutos de voo a “lata” já deitava fumo e eu já pensava que não morria no mato mas ia morrer de desastre de avião. Contudo, embora um pouco de lado e com um dos motores a meio gás lá aterrámos em Nampula.

Passado alguns meses parti para Lourenço Marques sem qualquer problema. Chegado ao hospital fui muito bem recebido com uma espécie de caldo verde. Foi o meu jantar. Passado um mês serviram numa refeição uma espécie de arroz de marisco só que o Santa ia indo desta para melhor pois calhou-me um “bichinho” estragado. Só me lembro de dar saltos na cama e não sei de onde saiu tanta água do meu crpo Foram cinco dias a caldinhos mas lá me safei e, disse o médico, com um pouquinho de sorte, pois a intoxicação foi forte . Faltava um mês para embarcar para a Metrópole com destino ao H. Militar, estava eu sentado no jardim com um sargento, apareceu um cauteleiro que nos abordou para comprarmos a única cautela que ele trazia. Depois de tantas vezes teimar o sargento contra a minha vontade não quis comprar e eu só, não tinha dinheiro para a compra da mesma. Resultado. A cautela teve o primeiro prémio. E na altura se era dinheiro! Entretanto fui evacuado para Lisboa no paquete Angola. Paramos em Durban (África do Sul). Sai com uma enfermeira de Cabo Verde que nos acompanhava. A ideia era dar uma volta mas foi mentira, apareceu logo a polícia para nos prender, ia acompanhado por uma pessoa de cor o que não podia mas com alguma dificuldade, pois o homenzinho estava mesmo disposto a prender-nos, lá resolvi a situação.

No H. Militar de Lisboa (galinheiros), depois de alguns meses de lá estar, fui visto por um senhor médico que era conhecido por: Corta pernas. Queria-me operar. Depois de ver toda a papelada quando reparo, imaginem o meu espanto que a marcação era para ser operado ao braço esquerdo e não ao pé. Já agora, ele era conhecido por “corta pernas”porque cortou muitas pernas a camaradas nossos evacuados mas já devidamente tratados e com todas as possibilidades de ficarem com elas, mas ele simplesmente mandava cortar.

Como vêem, camaradas, do mato ao hospital tudo podia acontecer. Há muitas coisas que foram escondidas da opinião pública no que refere à última parte que contei. Já agora posso dizer, quem nos valia nos hospitais do ultramar eram as senhoras da Cruz Vermelha.

Pronto. Hoje foi assim para mudar um pouco de cenário. Fugir um pouco à rotina do mato.



Um abraço para todos

SANTA






12 agosto 2009

"A Guerra de 1908"

Homenageando o Raul Solnado, para quem a guerra acabou, definitivamente


07 agosto 2009

O BICICLISTA

(Por Ex-Furr. Paulo)





Fotografia sujeita aos comentários mais diversos.


Isto não é o que parece. Os putos não são os afilhados do Paulo e do Castro. Também não foram os escolhidos para uma acção psico.

Esta multidão aguardava o vencedor da volta em bicicleta (circuito
interno/externo) a Lione e aproveitou para ficar na fotografia. O
Paulo também aproveitou a boleia e não desperdiçou a presença da
comunicação social. Parabéns ao ciclista vencedor.

PS. - Tomei conhecimento mais tarde que o ciclista foi
desclassificado por não possuir carta de condução, não ter licença
válida e circular a velocidade excessiva dentro da localidade,
infringindo o “Código da Picada”.

Só não ficou preso e nem pagou multa, pois eu e o Quintino tínhamos boas relações com o chefe “Capunga “ e conseguimos a absolvição do infractor. A fotografia não engana..






Um abraço do Paulo.